Considero como vizinhos
pessoas que moram em frente, ao lado ou em casas próximas a você. Em se tratando
de apartamentos, aqueles que moram no mesmo andar em que moramos. Em
Condomínios Resort, semelhantes a hotéis 5 estrelas com portaria 24 horas,
garagem para moradores e convidados, piscina, churrasqueira, salão de festas,
academia e todo um aparato serviçal, considero vizinhos todos os que os habitam
pois, de alguma forma, se encontram e convivem ao usarem as áreas de lazer ou
no vai e vem diário pelos elevadores, partes sociais e áreas comuns.
Dependendo do tamanho do imóvel, nossos vizinhos
podem morar sozinhos, serem casais com ou sem filhos adultos ou crianças, ter
ou não empregadas e babás. Também podemos
ter como vizinhos uma família completa incluindo avós maternos ou paternos. No caso
específico de moradia em Condomínio, a complexidade de uma convivência 100%
pacífica é quase impossível. Atualmente, moro neste tipo de condomínio.
Crianças brincando às vezes se desentendem e as mães ou responsáveis, nem
sempre presentes, acabam sendo envolvidos nos conflitos e até terminam amizades
que antes dos fatos existiam entre eles. Cada ser humano pensa, age, vive ou
tem educação e cultura diferentes da nossa, o que dificulta os relacionamentos.
Ainda, mudam suas atitudes, opiniões e até seus humores de uma hora para outra
mesmo não havendo causas ou motivos para isso. Morei em todos os tipos de
moradias e, neste conto exemplifico, além do que acontece atualmente onde moro,
um outro por mim vivido quando criança.
A casa onde morei até casar
era uma das três construídas ou reformadas por meu pai. Ficavam em um mesmo
terreno não separado, ou seja, para o acesso à terceira casa, os moradores
teriam que passar através de um corredor externo estreito vendo as entradas ou
janelas das outras duas. Assim, a
privacidade deixava muito a desejar.
Morávamos na casa do meio. As duas restantes meu pai alugava. Os
conflitos eram criados por minha madrasta que tinha um início ótimo de
relacionamento com os inquilinos. Longos bate papos fora ou dentro das casas,
às vezes em horários impróprios, oferecimento de petiscos, ou doces caseiros.
Não raro, os inquilinos pediam algo como um ovo, um pouco de açúcar, pronto e
cordialmente atendidos. Mas, rapidamente chegavam às desavenças por diversas
causas, mais por culpa da ignorância e a não observância dos limites de um relacionamento sadio entre
vizinhos.
E
eu sofria as consequências diretas disso porque ficava proibido de brincar com
os filhos dos moradores que tinham mais ou menos a minha idade.
Pessoas instruídas nem sempre são educadas.
Ao contrário do acima escrito, a melhor convivência entre vizinhos está nas
comunidades onde, às vezes, a parede de uma casa também é a parede da outra.
Por dependerem uns dos outros e por terem os mesmos problemas, se entendem
melhor e se ajudam mutuamente. Mesmo assim, por diversas causas ocorrem atritos,
em sua maioria alheias às suas vontades.
Enfim, o vizinho
ideal não existe. Aliás, o ideal não existe na vida.

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